
27/02/2020 às 12h49
Cinema bem na hora do almoço. Isso mesmo. No Sesc, o intervalo pode ser aproveitado de forma cultural. Assim acontece com a realização do CineSesc, sempre às 12h30, as quartas-feiras. Em março, será a vez da exibição da Mostra Alagoanas e Alagoanos. As obras são criativas e fazem um paralelo da regionalidade do Estado de Alagoas. As exibições acontecem nos dias 04, 11, 18 e 25 de março, na Unidade Sesc Centro. O acesso é gratuito.
Areias que Falam, dirigido por Arilene de Castro, é o primeiro filme da mostra, exibido dia 04. A obra traduz o olhar sobre a região da Foz do São Francisco, suas histórias, território e gente.
A curadoria de março teve como proposta reunir filmes dirigidos por mulheres aliados a filmes construídos por meio de direções coletivas. Propõe diálogo sobre as produções audiovisuais alagoanas e as construções narrativas trazidas pelos onze filmes que compõe a Mostra CineSesc: Alagoanas e Alagoanos.
Mais filmes
Dia 11, na tela, a coletânea: Admirável Mundo Destro e Metrópole do Futuro, com direção coletiva. Em o Admirável Mundo Destro é possível conhecer um mundo planejado para pessoas destras, a minoria canhota experimenta a vida ao contrário. O documentário visita cidades no Brasil e na Europa para mostrar o cotidiano em comum de quem nasceu à esquerda da sociedade e refletir sobre como o lado esquerdo tem sido associado ao mal na história da humanidade.
Em Metrópole do Futuro retrata uma das cidades que mais crescem no Brasil, Arapiraca. Localizada no agreste alagoano, o município passou a ser chamado de Metrópole do Futuro por seus moradores. Para dois jovens com pensamento distintos, esse desenvolvimento representa sentidos opostos. Lilia Ferreira deixou a zona rural para estudar história e se deparou com o movimento feminista. Antônio Junior deixou São Paulo para morar na cidade, sonha em ser ator e tem um canal sobre perfumes no Youtube. O filme tem duração de 40 minutos e classificação livre.
A coletânea Fernandes, No outro dia, Coração sem freio e Colapsar, estará na sessão do dia 18. A obra é dirigida coletivamente. Começando pelo filme Fernandes, que aposta na regionalidade, tem como cenário a zona rural de Arapiraca. A vila Fernandes é uma das comunidades mais culturais do município. No documentário, realizado pelos alunos da escola Guimarães Passos, por meio do projeto Natureza Viva (NAVI) nas Comunidades, é possível conhecer um pouco da história desse lugar por meio das músicas das destaladeiras de fumo, da poesia do Mestre Nelson Rosa e da fé de seu povo.
Em No outro dia, o filme detalha o personagem Gabriel. Ele está indeciso se vai ou não para festa com Rafael. Em Coração sem freio, o filme contextualiza Débora que não tem freio no coração. E em Colapsar, a norma problematiza corpos invisíveis. Uma coletânea instigante com 47 minutos e classificação livre.
No dia 25, o público poderá assistir a coletânea Ser Marginal, Isso Vale um Filme, Onde Você Mora? e Corpo D’água também com direção coletiva. Em o Ser Marginal, as margens são linhas que nos separam ou nos aproximam? No Isso Vale um Filme , “Quando as ruínas de um cinema ganham vida sua história nos é revelada”; Em Onde Você Mora?, traz à tona as singularidades, ligações e contrastes entre dois bairros, da cidade de Maceió, a partir da perspectiva de seus moradores.
E em Corpo D’água, da fluidez das águas do Rio Mundaú, a lagoa-mãe dos ribeirinhos verteu e se fez laguna, delineando em suas margens uma região que emerge em várias nuances, da calmaria ao caos. Entremeio às transformações, a lagoa tem seu lugar de fala. Suas memórias e cicatrizes adquiridas com o tempo persistem e despertam nas lembranças de seus habitantes, reescrevendo a biografia de uma urbe a se desenvolver em conflito com uma natureza frágil. Uma relação de afeto, de cruzamentos híbridos e de dor, mas também de esperança nos novos tempos que se prenunciam a força que vem da pesca, de suas manifestações artísticas, das brincadeiras e momentos ao pôr-do-sol são a força que move a consciência coletiva no sentido de que ressignificar a identidade da Levada e da Lagoa Mundaú seja um caminho possível. Com 44 minutos de duração e classificação livre.
SERVIÇO:
Mostra CineSesc: Alagoanas e alagoanos
04.03 – Areias que Falam
11.03 – Admirável Mundo Destro e Metrópole do Futuro
18.03 – Fernandes, No outro dia, Coração sem freio e Colapsar
25.03 - Ser Marginal, Isso Vale um Filme, Onde Você Mora? e Corpo D’água
Mais Informações: 0800 284 2440