
11/09/2024 às 22h35
Por Sarah Azevedo
A história de Maria Firmina dos Reis, a primeira mulher a publicar um romance no Brasil, se entrelaça às trajetórias da atriz Júlia Martins e de outras mulheres e homens pretos. A combinação dessas vivências, semelhantes e singulares, é o que dá vida à narrativa da peça “Maria Firmina dos Reis, uma voz além do tempo”, apresentada hoje (11), no Teatro Jofre Soares (Sesc Centro), pelo grupo maranhense Núcleo Atmosfera (NUA).
No espetáculo, Júlia assume o papel de Maria Firmina, misturando seus relatos pessoais com escritos da autora enquanto aborda, por meio do texto e da performance, experiências vividas por grande parte da população negra. Ao seu perguntada sobre o significado de representar tantas histórias, Júlia falou: “Esse corpo é ancestral, carrega histórias, tanto a minha quanto a de outras pessoas que vieram antes de mim. Carregar essas histórias é um desafio, mas também um processo de cura e aprendizado. Faço o resgate da minha história e da dos meus antecessores.”
O estudante de Literatura Gustavo Samuel, que assistiu à peça, disse tê-la achado muito interessante. “Além de retratar a vida da escritora, a peça evidencia como a escravidão ainda está presente no Brasil”, afirmou. Compartilhando da opinião de Gustavo, o artista Rui Rodrigues declarou: “A peça é forte e o tema é atual. Há uma tentativa de ocultar, na sociedade, o racismo que ainda persiste no Brasil”.
A peça conta com elenco e produção de Júlia Martins, direção de Leônidas Portella, concepção de cenário de Marlene Barros e Marcos Ferreira, produção e cenário de Marcos Ferreira e Ed Lima Crochet, concepção de figurino de Marcos Ferreira/Desalinho, produção de figurino de Marcos Ferreira e João Vinicius, iluminação de Renato Guterres e trilha sonora de Beto Ehongue.
“Maria Firmina dos Reis, uma voz além do tempo” terá uma nova apresentação, no Teatro Jofre Soares, amanhã, às 20h. A programação do Palco Giratório continuará até sábado, 14 de setembro. Os espetáculos são gratuitos e abertos ao público, bastando comparecer para prestigiar. Confira abaixo a programação dos próximos dias.
Programação
Solo de dança contemporânea interpretado por Luciana Caetano, Adobe parte da premissa de símbolos e elementos da cultura negra, em especial da mulher negra.