Sesc Alagoas lança 5ª edição do Fortes Raízes

Alterne entre as áreas

Sesc Alagoas lança 5ª edição do Fortes Raízes

Projeto empodera mulheres e busca auxiliar no combate à violência de gênero por meio de ações educativas

08/05/2025 às 19h07

Por Sarah Azevedo

Nesta quinta-feira (8), foi realizado o evento de abertura do Projeto Fortes Raízes, que, em 2025, chega à sua 5ª edição. Promovida pelo Sesc Alagoas, a iniciativa tem como objetivo apoiar mulheres em situação de vulnerabilidade social ou vítimas de violência doméstica, por meio de ações educativas gratuitas na área da saúde. Neste ano, o projeto conta com a parceria dos institutos Mandaver e Amigos da Sopa. Ao todo, em Maceió, 70 mulheres estão sendo atendidas.

Tibério Jorge, fundador do Instituto Amigos da Sopa, comentou sobre a parceria: “O Projeto Fortes Raízes vem fortalecer ainda mais o trabalho que já desenvolvemos, especialmente nas oficinas de panificação solidária. Nelas, ensinamos mulheres a empreender e abordamos temas essenciais, como o feminicídio e a violência doméstica. Quando o Sesc nos propôs a parceria, percebemos que o projeto se encaixava perfeitamente com a nossa missão. Acreditamos que essas ações, integradas, têm um grande potencial de gerar impacto real na vida dessas mulheres, dando voz e estimulando a formação de redes de apoio e solidariedade.”

Na cerimônia de abertura, compuseram a frente de honra a diretora de Programas Sociais do Sesc Alagoas, Meire Célia Lima; o fundador do Instituto Amigos da Sopa, Tibério Jorge; a coordenadora municipal de Igualdade Racial, Luh Turbantes; a superintendente de Igualdade Racial da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Manuela Lourenço; a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Wilma Porto; e o diretor do Instituto Mandaver, Dário França.

O evento contou com palestra da professora doutora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Marli de Araújo, com o tema “Por que falar sobre mulheres em Alagoas?”, além da entrega de kits de dignidade menstrual.

Em dado momento, também foi prestada uma homenagem à Claudiane Maria Juventino dos Santos, vítima recente de feminicídio. Claudiane faleceu no dia 24 de março e era uma das mulheres acolhidas pelo Instituto Amigos da Sopa. Para lembrá-la, uma cadeira foi ornamentada com flores e um tecido lilás, cor que simboliza o combate à violência contra mulheres.

Ana Guimarães, dona de casa e participante do projeto, compartilhou sua experiência. “Esse projeto tem ajudado muito a gente como mulher. Muitas vezes, a gente chega lá se sentindo pra baixo. Eu falo por mim. Tem dia que chego muito cansada. Mas, quando participo, a gente conversa, troca ideias e vê que, às vezes, nossos problemas nem são tão grandes perto do que outras mulheres estão passando. O projeto tem ajudado a gente a se entender melhor, e isso é muito importante. A gente aprende a buscar uma vida mais equilibrada, principalmente na parte emocional”, falou.

Sobre o Fortes Raízes

O projeto atua por meio de encontros semanais, com oficinas que abordam temas como prevenção à violência contra a mulher, saúde sexual, direitos reprodutivos, saúde mental, entre outros. As atividades são realizadas, em sua maioria, dentro de instituições sociais parceiras.

A cada edição, o Fortes Raízes firma parcerias com diferentes entidades, buscando ampliar sua atuação e alcançar um número crescente de mulheres.

Expansão do projeto

Em 2025, a iniciativa foi ampliada para atender também mulheres do interior de Alagoas, com a abertura de 30 vagas em Arapiraca. Segundo a gerente de Saúde do Sesc Alagoas, Janaína Valença, os locais de atuação são estrategicamente definidos para alcançar as mulheres em maior situação de vulnerabilidade. Em Maceió, por exemplo, as atividades ocorrem em duas áreas identificadas no Mapa da Violência Doméstica.

“Pelo compromisso institucional que temos, especialmente com a promoção da saúde sexual e reprodutiva, trabalhar a prevenção à violência é uma estratégia fundamental para contribuir com o empoderamento feminino, ainda que de forma inicial, diante do grave cenário de feminicídios em Alagoas”, explicou Janaína.

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