25/10/2024 às 19h08
Por Fabiana Barros
Vários cenários carregados de história foram palco das oficinas realizadas nesta sexta-feira (25.10), no Festival de Música de Penedo (Femupe), uma realização da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Expectativas, olhares atentos, sede de conhecimento independentemente da idade dos participantes. A atmosfera voltada à música. Prova disso é o crescimento no número de inscritos. Considerando que a edição 2023 do festival registrou 397 inscritos nas oficinas e workshops, a edição deste ano, nas 16 oficinais e os oito workshops, cresceu cerca de 65%, com 658 inscritos. Promovidas em correalização com o Sesc AL, as atividades pedagógicas oferecem uma gama de possibilidades.
Três horas de oficina. Essa foi a duração de cada oficina realizada. Durante esse tempo, o trompete invadiu, na manhã desta sexta-feira (25.20), o prédio do Tiro de Guerra, instituição militar direcionada para a preparação moral e intelectual de jovens do local para o serviço militar. A oficina foi ministrada pelo professor Clistenes Lisboa, que possui um currículo extenso. Mestre em Educação Musical Profissional, possui licenciatura em Artes, especialização em Arte Educação - Faculdade São Luis de França e graduação em Trompete pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná sendo uma pequena amostra da experiência do professor convidado.
A proposta de Clistenes foi promover uma experiência nova de interação entre alunos de diversos ambientes. “Acho que é importante você sempre ter esse contato com pessoas, trompetistas e professores diferentes, com linguagens musicais diferentes. Acho que se enriquece muito no aprendizado dos alunos”, destacou.
Para Clistenes, o Femupe representa um incentivo a mais para que os participantes possam alcançar diferentes níveis musicais. “Que eles sintam que podem crescer musicalmente através de um encontro como esse. A gente vive hoje especificamente num mundo onde se tem muita informação na palma da mão, do celular, mas, muitas vezes, não se sabe canalizar essas informações. Então a importância de ter um especialista na área para poder nortear”, observou.
Cerca de três horas de viagem entre os municípios de Lagarto (SE) para Penedo não foi um problema para o pequeno Juan Augusto dos Santos, 10 anos, que faz aula de trompete desde os 7 anos de idade. “Nunca participei de uma oficina e estou achando muito boa mesmo. Tem exercícios e isso é muito bom”, afirmou o mais jovem participante da oficina de Clistenes.
Assim como Juan Augusto, vários participantes se deslocaram de outras localidades para Penedo, como Thalita de Alvorável, estudante do 1º ano do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Marechal Deodoro (AL). Ela cursa Instrumentos Musicais, disponibilizado pelo Ifal recentemente. Sobre o que acha da experiência, Thalita responde com convicção. “Estou achando uma experiência diferente, ótima. E vai ajudar mais a gente no aprendizado”, disse.
O primeiro impulso de Thalita foi pela clarinete. “Depois, a galera começou a falar que o trompete era um instrumento bom, praticava muito a respiração e tal. Então, fui para o trompete e já faz oito meses”, afirmou.
No período da tarde, o mesmo prédio acolheu a oficina “Arranjos especiais”, do professor João Paulo Lima (AL), tendo como convidada especial a professora Bia Paes Leme (RJ). Ela conduziu as notas e trouxe comentários de grandes referências, a exemplo de Chiquinha Gonzaga. Um exercício de parar, ouvir e analisar o arranjo.
São também correalizadores do Femupe, além do Sesc, a Prefeitura de Penedo e Sociedade Montepio dos Artistas. O Sebrae-AL, o Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), a Aliança Francesa de Maceió, a Barkley Brazil e a Água Mineral Aldebaran são os patrocinadores. O evento é totalmente gratuito, começou no dia 24 e se estende até amanhã (26/10).